Lisonjeada com o convite que
me foi endereçado por parte do João Lemos, trago-vos uma crónica assente apenas
na minha opinião estritamente pessoal e operacional.
Intrigada desde há muito com
aquilo que leva estes Homens e Mulheres a optarem por esta Vida reporto me
agora a todo o ímpeto que traduz aquilo que é o puro voluntariado.
“Sou Bombeiro Voluntário!
Todos somos “Voluntários”, ou
seremos apenas “ Voluntários” para aquilo que realmente nos interessa?
Em tempos não muito retrocedidos,
a pertença como voluntario a um corpo de bombeiros, constituía uma opção de
vida e para aqueles que nunca se alheiam da atividade de Bombeiro.
Hoje em dia procura-se ser
Bombeiro Voluntário pelos demais motivos e na maioria das vezes, esses mesmos
motivos/objetivos tornam-se divergentes daquilo que é ou deveria ser, o
verdadeiro Bombeiro Voluntário.
Novos elementos fazem cada vez
mais falta e tardam a fazer-se presentes e disponíveis.
Não há interesse.
As
motivações são outras. Há todo um conjunto de atividades mais apelativas. As
pessoas não querem estar sujeitas a perder fins-de-semana, noites e festas.
Não querem perder o tempo, não
querem perder a disponibilidade para a Vida.!
Mas no fim de contas, Somos
Todos Bombeiros Voluntários..
Mas quem serão os verdadeiros
responsáveis?
As Associações Humanitárias,
que dão uma resposta cada vez mais dificultada e tardia para colmatar a falta
de pessoal?
Os Comandos que não conseguem
mobilizar novos elementos através da implementação de estratégias adequadas?
Os próprios Bombeiros que
vivem alheados da necessidade de motivar esses possíveis novos elementos para
transmissão de conhecimentos?
Ou será a própria Sociedade
Civil que sempre viveu totalmente abstraída da força do Voluntariado nos
Bombeiros e da sua verdadeira importância?
Mas será que nos dedicamos
Todos da maneira mais altruísta e benemérita possível?
Não.
Mas no fim de contas, Somos
Todos Bombeiros Voluntários..
Será que “não ter muita
disponibilidade” é uma justificação aceitável ou uma justificação fácil para o
não cumprimento da missão que assumiram?
Será que queremos TODOS a
mesma missão?
Mas no fim de contas, Somos
Todos Bombeiros Voluntários..
Torna-se impreterível não
sublinhar que o voluntariado está hoje em dia, confrontado com desafios
heterogéneos, que levam a avaliar, a melhor forma de garantir a continuidade da
resposta ao socorro.
As responsabilidades urgem. Será que TODOS
as querem assumir?
É oportuno dizer que dentro
dos Bombeiros Voluntários existem “demasiados tipos” de Bombeiros?
A Sociedade Civil, apesar de
há muito ter reconhecido a função e o mérito do Bombeiro, nem sempre reconhece
que quanta da sua segurança e tranquilidade depende do esforço desses homens e
mulheres.
Mas será que reconhece
verdadeiramente o nosso esforço?
A contabilização das horas
exigidas como Bombeiro Voluntário torna-se essencial para que o mesmo se
mantenha no corpo ativo, mas o que sobra a jusante disso?
Sobra a vontade de quem acima
de tudo está SEMPRE disponível.
É justo termos TODOS os mesmos
Direitos?
Será que cumprimos todos com
os mesmos Deveres?
Conheço muitos Voluntariados,
mas nenhum como o meu e como o daqueles que NUNCA despem a farda.
Trago, ainda que “muito
poucos”, 10 anos desta vida e tenho aprendido, uma realidade deveras importante.
Bombeiros podemos ser Todos, mas não com o
mesmo Espírito de Missão! “
Patrícia Caeiro
1 comentário:
Parabéns Patrícia. Muito Bem (de: José Massano Monteiro)
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