Defesa vai comprar cinco
aeronaves com duplo uso, militar e civil.
O Ministério da Defesa
atribuiu 20,5 milhões de euros para a aquisição de helicópteros para duplo uso
- instrução na Força Aérea (FAP) e combate aos fogos -, o que marca o regresso
daquele ramo das Forças Armadas às missões na Proteção Civil, soube o JN. A FAP
tinha sido afastada do combate aos fogos, alegadamente por razões operacionais,
mas, na verdade a necessidade de intervenção pelo menos na gestão dos meios
voltou a ser focada este ano, face a falhas no combate aos fogos.
Está prevista a aquisição de
cinco aeronaves, com opção de mais duas. Inicialmente, o processo visava apenas
a instrução de pilotos de helicópteros para a FAP, face à velhice dos Allouette
III. A Lei de Programação Militar previa que o programa começasse em 2019, mas
limitado à instrução de pilotos. No entanto, Azeredo Lopes despachou agora para
antecipar a aquisição de cinco helicópteros, já no próximo ano, tendo em conta
as necessidades específicas da FAP, assim como "missões de interesse
público, nomeadamente à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC),
enquadrando o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais
(DECIF)", segundo o documento a que o JN teve acesso.
A antecipação do processo, que
tem agora autorização financeira, está igualmente associada ao chefe de Estado-Maior,
que solicitou a antecipação do programa, face à velhice dos Alloeutte III. O
despacho do ministro da Defesa aponta também que aquisição deverá incidir sobre
helicópteros monomotor, uma questão essencial e que não era esclarecida no
estudo elaborado em finais de 2015, que já aconselhava a que a gestão dos meios
aéreos passasse da Proteção Civil para a FAP.
O regresso da FAP ao combate
aos fogos fora avançado pelo ministro da Defesa ao JN. Ao longo do processo,
Azeredo Lopes terá contado com o apoio direto do primeiro-ministro, António
Costa. Daí que tenha sempre realçado que uma coisa era o estudo, outra a
decisão política, para concentrar meios aéreos na FAP. Por várias vezes o
Ministério da Administração Interna tinha mostrado desagrado quanto à hipótese
de a FAP participar na luta contra os fogos. v
Programa até 2020
O programa para aquisição dos
helicópteros terá que ser executado entre 2017 e 2020. A gestão do processo
caberá à Força Aérea, à qual competirá o estabelecimento dos requisitos para
efeitos de concurso, mas tendo já em conta as características da restante frota
do Estado, no Ministério da Saúde.
E os Kamov?
Está ainda por decidir o que
vai acontecer à frota dos Kamov. Há três helicópteros a voar e dois à espera de
reparação. Mas a operação da frota está atribuída à Everjets. Setores da FAP
sempre manifestaram dúvidas relativamente a esta frota.
Fonte: Jornal de Noticias
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