“Apareceram candidaturas a financiamento de
viaturas de bombeiros que eram autênticos Ferraris”, disse ontem
o secretário de estado da Administração Interna, criticando a ambição de
algumas corporações de bombeiros.
Ao todo, 189 candidaturas viram os
seus processos recusados pela unidade de gestão dos fundos comunitários.
“Não podemos perder o bom senso”, referiu Jorge Gomes.
O governante falava ontem, no final da cerimónia de celebração dos 126 anos dos
Bombeiros Voluntários de Soure”. Na sua intervenção, admitiu, por outro lado,
que será possível ver aprovadas quase todas as candidaturas a requalificação de
quartéis de bombeiros, num valor que já atinge 26 milhões, para um total de 33
milhões euros submetidos ao respetivo Programa 2020.
Sendo assim, no caso concreto de Soure, há uma candidatura para a cobertura do
parque de viaturas da 4.ª Secção, da Granja do Ulmeiro, no valor de 80 mil
euros, que deverá obter aprovação. Aliás, Jorge Gomes disse ao autarca de
Soure, Mário Jorge Nunes: “sr. presidente, prepare os 15 por cento da quota
parte nacional para a obra”, antecipando que a candidatura a dinheiros europeus
será aprovada.
Nas cerimónias, que se prolongaram por quatro horas, os dois momentos mais
altos foram a bênção de três viaturas adquiridas pela corporação, concretamente
duas ambulâncias e um auto-tanque em segunda-mão, mas requalificado, financiado
em cerca de 50 por cento pelo município. Foram cerca de 50 mil euros que a
autarquia avançou, a que se acrescentou ontem outro cheque no mesmo valor,
entregue ao presidente da respetiva Associação Humanitária, Hélder Carvalho, no
âmbito do protocolo anual entre as entidades.
O autarca disse que, “ao Município, compete dotar os bombeiros das condições
necessárias”, reconhecendo o trabalho feito por estes ao longo do ano, desde o
transporte de doentes, às parcerias com a CPCJ, o CLDS e socorro e cheias e
inundações. Por outro lado lamentou que, este ano, tenha ardido mais floresta
do que na média nacional, mas considerou que a boa coordenação dos meios de
combate ao maior fogo, em setembro, impediu mais destruição, tal como a perda
de qualquer vida humana, ou mesmo animais.
Fonte: Diário As Beiras
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