O presidente da Liga
Portuguesa de Bombeiros considerou hoje “importante” a instalação de
videovigilância nos espaços florestais em 2017, mas salientou que só terá
efeitos quando inserida num conjunto de medidas de prevenção estrutural da
floresta.
O Governo prevê instalar, a
partir de 2017, sistemas de videovigilância nos espaços florestais para
prevenir e detetar incêndios, que serão monitorizados pelos Comandos Distritais
de Operações e Socorro (CDOS).
Em declarações à agência
Lusa, Jaime Marta Soares disse que “todas as medidas que contribuam para
melhorar, ajudar a vigiar e detetar incêndios precocemente são sempre
bem-vindas”.
“Claro que é benéfico,
importante, mas isto é apenas a primeira fase. O problema da floresta não é só
a vigilância e deteção de incêndios, que é extremamente importante. Há outras
coisas mais complexas como o tratamento da floresta no seu todo”, disse.
De acordo o presidente da
Liga Portuguesa de Bombeiros, a instalação de videovigilância só funcionará se
outras medidas foram implementadas.
“Por exemplo, se não se
fizer o cadastro da floresta, não se conhecem os proprietários (que atualmente
serão cerca de 500 mil) e não se conhecendo não se pode fazer o planeamento da
floresta. Para se fazer um planeamento e ordenamento do território, tem de se
fazer emparcelamento da floresta”, salientou.
Por isso, Jaime Marta Soares
defendeu que a videovigilância tem de estar inserida num conjunto de medidas de
prevenção estrutural da floresta.
“Este é um passo, mas se se
der este passo e não houver um tratamento das outras partes, será apenas mais
uma medida avulso que por si só poderá não ter os efeitos desejados”, disse.
O gabinete do secretário de
Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, avançou à agência Lusa que os
sistemas de videovigilância nas florestas vão ser instalados pelas Comunidades
Intermunicipais e pela GNR, num investimento com um valor estimado em cerca de
sete milhões de euros.
Após a instalação dos
sistemas de videovigilância, que o Governo prevê que esteja concluída em 2019,
vai ser efetuada uma reestruturação faseada da rede nacional de postos de
vigia, tendo em conta as áreas florestais que as câmaras de vídeo permitem
observar e monitorizar, a partir dos CDOS.
No entanto, adianta o
gabinete de Jorge Gomes, “até à instalação, entrada em funcionamento e teste
real dos primeiros sistemas, a rede nacional dos postos de vigia não será
alterada”.
Os postos de vigia são da
responsabilidade da GNR e durante a fase crítica em incêndios florestais estão
a funcionar 236.
Fonte: Sapo24
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